O que é preciso saber sobre o apagão no Amapá? Entenda aqui!

24/02/2021 | Notícias

O apagão no Amapá foi um infeliz exemplo de sofrimento de milhares de pessoas de uma mesma localidade. Por conta da perda dos três transformadores da mais importante subestação de energia elétrica, quase todas as cidades do Estado ficaram sem o fornecimento regular durante, aproximadamente, 22 dias.

Neste artigo, você encontrará uma análise dos principais fatos que fizeram com que a população daquele Estado sofresse tanto com um período prolongado sem energia, saberá de quem foi a responsabilidade pelo ocorrido e conhecerá uma importante alternativa que poderia ajudar no problema que aconteceu.

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Quando ocorreu o apagão no Amapá?

Recentemente, o Estado do Amapá viveu o que, certamente, foi um dos piores momentos de sua história. No dia 3 de novembro de 2020, 13 das 16 cidades do Estado ficaram completamente sem fornecimento de energia. No total, a crise elétrica durou 22 dias. Foi um período mais do que suficiente para sentir na pele todos os transtornos que a falta desse insumo essencial pode causar.

Problemas graves vêm à tona porque vários serviços básicos deixam de ser prestados em situações como essas. O funcionamento de hospitais, com vários leitos de UTI, onde pacientes precisam dos equipamentos de suporte à vida para sobreviver, deixam de funcionar. O condicionamento de alimentos também se tornou outro sério problema, pois em pouco tempo uma grande quantidade de comida pode se tornar imprópria para consumo.

Por meio de apenas dois exemplos é possível ter noção da importância que a energia elétrica tem em nossas vidas. Não por acaso, ela faz parte do nosso texto constitucional, que a classifica como insumo essencial e que, por isso, deveria ser taxada com a carga tributária mínima de ICMS. Infelizmente, o que ocorre é o contrário, sendo a taxa a máxima possível. Resta saber quais foram as causas e responsabilidades desse trágico incidente.

Quais foram as causas do apagão?

O processo de investigação do ocorrido acabou sendo confuso em seu desenrolar. As causas inicialmente apontadas foram refutadas e novo parecer foi emitido. A responsável pela transmissão de energia no Estado foi acionada e intimada a prestar esclarecimentos. O Governo Federal precisou intervir e a situação ficou ainda mais embaralhada. Enquanto isso, a população sofria sem qualquer expectativa de retorno do fornecimento de energia.

O problema ocorreu na principal subestação de energia elétrica do Estado. Para que fique claro, uma subestação rebaixadora é responsável por receber a energia elétrica em altíssima tensão, vinda das linhas de transmissão (que trazem a energia gerada em usinas), e reduzir seu nível. Dessa forma, ela pode seguir seu curso e ser entregue para a concessionária de energia elétrica local para fazer sua distribuição. Vale lembrar que esses ramos são independentes entre si.

Nessa dita subestação, existem três grandes transformadores responsáveis por fazer o rebaixamento de tensão para posterior distribuição. No dia 3 de novembro, os três ficaram comprometidos por conta de um incêndio ocorrido. Os motivos iniciais de tal incêndio foram apontados como decorrentes de um raio que atingiu a subestação em meio a uma forte tempestade.

Sem os transformadores, os severos problemas começaram, pois o sistema não consegue funcionar sem esses importantes equipamentos. Foi quando a responsável precisou ser acionada, a Linhas de Macapá Transmissora de Energia ― LMTE. O procedimento a ser feito deveria ser a imediata substituição dos transformadores para que o fornecimento não fosse interrompido.

No entanto, alguns indícios de irresponsabilidade começaram a ser percebidos. O ideal é ter equipamentos sobressalentes, dado à essencialidade do item em questão. E de fato foi constatado que havia pelo menos um transformador disponível. No entanto (acredite), ele estava avariado e o agente LMTE ignorou vários avisos para que colocasse o equipamento no estado de disponibilidade. Quando foi necessária sua utilização, ele não estava disponível.

Além disso, vários outros pontos também ficaram obscuros no acontecido. A falha no sistema de aterramento é um deles, pois se a causa do incêndio foi a queda de um raio, significa que a estação não estava devidamente aterrada. Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas ― SPDA ― serve exatamente para prevenir esse tipo de coisa. Para piorar a situação, o laudo da Polícia Civil apontou que o incêndio não foi causado pela queda de um raio, pressupondo causa intencional.

O fato é que ainda é esperado um parecer sobre o ocorrido, que deve ser emitido pela responsável pela subestação. Este parecer é um documento formal chamado Relatório de Análise de Falha ― RAF. Depois de pronto, deve ser entregue ao Operador Nacional do Sistema ― ONS.

Como o problema foi resolvido?

O Governo Federal interviu no processo e buscou resolver o problema da forma mais rápida possível. Um transformador que estava sem uso no Estado de Roraima foi deslocado para o Amapá e foi autorizada a contratação emergencial de energia elétrica de duas usinas termelétricas.

Além disso, foram contratados geradores de energia por um prazo inicial de 180 dias. Com todas essas medidas, o fornecimento de energia elétrica ao Estado ficou garantido. Sua matriz de consumo gira em torno de 240 Mega Watts de energia e todas as contratação de energia e equipamentos somam hoje 400 Mega Watts, o que faz com que a população seja plenamente atendida em suas necessidades.

Por fim, ficou a lição que a irresponsabilidade pode ensinar. Uma matriz energética desse porte não pode ficar sem fornecimentos auxiliares, pois situações emergenciais podem colocar em risco o bem-estar de milhares de pessoas.

O apagão no Amapá expôs a fragilidade de certos sistemas de energia elétrica. Individualmente falando, o problema poderia ter sido resolvido, em parte, com um sistema de energia solar. Como a fonte de energia é renovável, existe a possibilidade de ter a disponibilidade de energia. Tudo vai depender da forma como o sistema é construído e instalado.

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