Saiba mais sobre o que esperar do futuro da energia solar

26/08/2019 | Energia Solar

O consumo dos bens naturais é uma questão latente para todos. Temos 7,7 bilhões de habitantes no planeta e a população só cresce. Já sofremos com os efeitos da tecnologia que nós mesmos produzimos, com aquecimento global e aumento exponencial da geração de detritos. Nesse contexto, insere-se o debate sobre o futuro da energia solar.

A Bloomberg organiza um evento anual sobre energia, considerado um dos mais importantes da área. Em 2019, as energias eólica e solar foram citadas na ocasião como dois recursos significativos de energia renovável, com projeção de que quase 50% da energia global venham dessas fontes até 2050.

Criamos este artigo para explicitar melhor as possibilidades do futuro da energia solar e trazer dados importantes sobre o assunto. Acompanhe!

Perspectivas mundiais

De acordo com o relatório Bloomberg New Energy Finance de 2019, a expectativa é de que as energias eólica e solar, que hoje correspondem a 7% do suprimento total de energia no mundo, cheguem a representar 48% em 2050.

Ao mesmo tempo, os combustíveis fósseis devem experimentar uma forte queda, com o carvão passando de 37% para 12%, enquanto o petróleo será “virtualmente eliminado”. Por fim, a expectativa para as energias hidrelétrica, nuclear e térmica é de que elas permaneçam nos mesmos níveis.

É claro que essas tendências devem se refletir também no volume de investimentos para cada um desses segmentos. Para a energia solar, a projeção é que ela atraia nada menos que US$4,2 trilhões em investimentos nesse período.

A descarbonização tende a ocorrer em todas as regiões do planeta a longo prazo, mas, no curto e médio, as expectativas divergem bastante. Espera-se que ela aconteça primeiro e mais rápido na Europa, com 92% da eletricidade vindos de fontes renováveis em 2050.

Nos Estados Unidos e na China, esse ritmo tende a ser mais lento. No gigante asiático, o uso de carvão ainda deve crescer até 2026 e depois cair nas duas décadas seguintes, enquanto nos Estados Unidos especula-se que cheguem a 43% em 2050. Pode parecer pouco, mas é o dobro do patamar atual.

Quando falamos especificamente de energia solar, a capacidade instalada acumulada total era de 305 GW em 2017, segundo documento da ABSolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Para ter uma ideia, isso representa um crescimento de 75 GW em relação ao ano anterior. Os números mostram o interesse do mercado e dos consumidores em relação ao tema.

Energia solar fotovoltaica no Brasil

Até o final de 2018, o setor de energia solar no Brasil tinha 48.613 empreendimentos de energia solar fotovoltaica em operação, com potência instalada de 1,84 GW. Segundo previsões da Aneel, até 2024 o Brasil terá quase 900 mil sistemas fotovoltaicos On Grid instalados por todo seu território.

Embora ainda não seja um dos países com maior geração de energia fotovoltaica do mundo, o futuro do setor no Brasil é promissor.

O país é signatário do acordo de Paris, que determina medidas de redução e emissão de gases estufa a partir de 2020, com o objetivo de conter o aquecimento global.

Em 2017, o Decreto Presidencial 9.073 explicitou as metas do país para o acordo. Responsável por 2,48% das emissões de carbono no mundo, o Brasil se comprometeu a reduzir essas emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030.

Para cumprir esse compromisso, é preciso ampliar a participação da energia renovável na matriz energética brasileira. Em 2015, a energia solar respondia por apenas 0,01%, e a principal fonte de eletricidade do país era a hidráulica, que representava 64% do total.

Embora a energia hídrica seja também renovável e limpa, a solar e a eólica se apresentam como excelentes complementos a ela. Ao mesmo tempo, conforme cita o documento da ABSolar, 89% dos brasileiros declaram ter interesse em gerar energia renovável em casa, como apontou pesquisa do Ibope Inteligência.

Mesmo sem ocupar as primeiras posições no ranking, o Brasil está entre os 30 maiores geradores de energia fotovoltaica do mundo, segundo a Absolar. Em 2017, o Brasil foi um dos países que mais acrescentaram potência de sistemas geradores à sua matriz, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.

Esses fatores levaram a Bloomberg a projetar que a energia solar represente 32% da matriz energética brasileira até 2040.

Assim, o país reúne as condições climáticas e o interesse para expandir a participação da energia solar em sua matriz energética, cumprir o Acordo de País e se alinhar à tendência das nações que priorizam a energia limpa e de fontes renováveis.

Demais fatores que contribuem para a popularização da energia solar

Outro ponto que tem contribuído para a popularização da energia solar é o barateamento dos custos para sua implantação. Com a tecnologia consolidada, a Bloomberg projeta que os custos da geração solar fotovoltaica caiam mais de 66% até 2040.

Enquanto isso, as fontes tradicionais de energia passam por um movimento oposto, com sucessivos reajustes de tarifas pesando no bolso do consumidor e no orçamento das empresas.

Por fim, a legislação brasileira também tem avançado — ainda que não com tanta rapidez — para abrir espaço para as energias renováveis. Em 2012, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) publicou a Resolução 482, viabilizando a chamada geração distribuída.

Isso permite ao consumidor, seja residencial, seja comercial, produzir a sua própria energia e gerar créditos na conta de luz, o que torna o sistema mais eficiente e econômico para quem opta por instalar o sistema de geração de energia solar fotovoltaica.

Outra medida tomada para incentivar o uso da energia solar no Brasil foi isentar de ICMS a compra de equipamentos que contribuam para a produção de energia solar, em 2015. A geração desse tipo de energia também recebeu isenção e o imposto passou a ser descontado apenas do que foi consumido.

A criação de linhas de crédito e de financiamento para essa finalidade também foi um grande avanço. É o caso, por exemplo, do Programa Fundo Clima, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), que permite que pessoas físicas financiem até 80% dos itens ligados à energia solar. Outro exemplo é o Construcard, da Caixa Econômica Federal, para aquisição de aquecedores solares e equipamentos para sistemas fotovoltaicos.

Assim, o futuro da energia solar no Brasil é promissor e tem potencial até mesmo para mudar os hábitos dos consumidores, que serão mais donos da energia produzida, decidindo como usá-la. Com as fontes tradicionais de energia cada vez mais raras e caras, o investimento em energia solar também se mostra uma ótima forma de economizar.

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