Entenda tudo sobre construção sustentável!

27/02/2019 | Dicas

A sustentabilidade é um assunto que está em voga na atualidade, pois a poluição e a degradação da natureza têm levado a muitos impactos irreversíveis no mundo. Assim, a construção sustentável é um conceito que tem ganhado destaque no mercado imobiliário e despertado o interesse dos consumidores.

Neste texto falaremos sobre as principais caraterísticas desse tipo de construção, destacando as suas vantagens e o que ela deve ter. Fique atento a essas informações e boa leitura!

O que é uma construção sustentável?

Entenda mais sobre o conceito de sustentabilidade e como ele se aplica as construções.

Sustentabilidade

Antes de saber o que é uma construção sustentável, é necessário entender o que é sustentabilidade. O significado literal relaciona-se a sustentar, conservar e cuidar. Esse conceito como ouvimos hoje surgiu pela primeira vez na Conferência de Estocolmo em 1972, realizada pela ONU, onde pela primeira vez se discutiu as implicações de problemas como a degradação ambiental e a poluição.

Mais tarde, em 1992, o conceito de desenvolvimento sustentável foi consolidado na conferência Rio 92. Ele significa um desenvolvimento a longo prazo, que não explore todos os recursos naturais para que eles sejam conservados para as gerações futuras. Assim, a sustentabilidade se apoia em três pilares: social, ambiental e econômico.

O pilar social é o capital humano, ou seja, cada pessoa individualmente e ou grupos sociais, como os funcionários de um empreendimento, a comunidade de um local e a própria sociedade. Isso significa que o ambiente laboral de uma empresa deve ser saudável e seguro, que o pagamento aos colaboradores deve ser justo, assim como os todos os direitos trabalhistas devem ser respeitados. Além disso, os impactos de uma atividade econômica na comunidade em que ela está inserida também devem ser levados em conta.

O pilar ambiental é o capital natural, seja quando ele é utilizado para sustentar uma comunidade ou como matéria-prima de um empreendimento. Todas as atividades têm algum tipo impacto negativo na natureza, e é objetivo da sustentabilidade tornar esse impacto o menor possível. Dentro desse aspecto, os processos realizados por uma empresa deixam uma pegada ecológica, que quanto menor, mais favorável para o meio ambiente.

Já o pilar econômico demonstra o equilíbrio de todo esse conceito, conservando o planeta e a sociedade e ainda mantendo as vantagens econômicas. Isso também está ligado ao consumo, à distribuição de renda e ao acesso aos bens de produto pela população. Com isso, o desenvolvimento econômico pode coexistir com a preservação das espécies.

Construção sustentável

Uma construção sustentável é uma forma de integrar as edificações ao espaço natural, de modo a criar harmonia entre as modificações feitas pelo homem e a natureza. Isso pode ser aplicado a casas, prédios de apartamento, edifícios de escritórios, centros comerciais, fábricas, shoppings, entre outros tipos de construção. Dessa forma, toda a sociedade pode participar do desenvolvimento sustentável.

Outro termo bastante usado é construção ecológica que, apesar da aparente semelhança, apresenta algumas diferenças. Enquanto a primeira opção usa técnicas para tornar sustentável um local que vai ser construído no perímetro urbano, a outra busca usar materiais do próprio local, interferindo o mínimo possível no relevo e no terreno original.

As ações em si envolvem o uso de tecnologia favorável ao meio ambiente, e isso ocorre desde o planejamento da construção. Ao montar o projeto, os responsáveis buscam maneiras de adaptar técnicas antigas para evitar desperdício de matéria-prima. O uso de materiais menos agressivos é outra exigência importante. É necessário que eles sejam bastante duráveis, de maneira que a estrutura aguente a ação do tempo e das intempéries.

O destino final de uma residência ou prédio também deve ser antecipado. Assim, é preciso planejar com antecedência formas de desmontagem da estrutura, e o destino do que sobrar. O ideal é que o que estiver intacto seja reutilizado, como portas, janelas e telhado. O que não servir para essa finalidade deve ser reciclado, evitando o acúmulo de lixo nas cidades.

As construções desse tipo não são novidades no mundo, estando presente em diversas regiões. Um bom exemplo disso é o Apple Park, a nova sede da Apple Inc inaugurada em 2017 e localizada em Cupertino, nos Estados Unidos. Trata-se de um campus todo movido a energia renovável, já que em toda a cobertura possui painéis de energia solar. O local ainda é cercado por cerca de 9 mil árvores nativas, além de trilhas e espaço aberto.

Já existem no Brasil facilidades dentro desse aspecto como alguns incentivos fiscais acerca da energia solar. Esse é o caso da isenção do ICMS para o autoconsumo, que já está aprovada para todo o território mas ainda em implementação em alguns estados.

Algumas cidades, como é o caso de Salvador, possuem um programa chamado IPTU Verde para incentivar empreendimentos mobiliários residenciais, comerciais, mistos ou institucionais a implementarem ações que visem a sustentabilidade dos edifícios. De acordo com o nível das ações, o local recebe uma certificação que possibilita descontos de 5% a 10% no imposto.

Quais os benefícios de viver em uma construção sustentável?

Uma construção sustentável proporciona diversas vantagens, entenda as principais delas a seguir.

Bem-estar humano

Com intensas temperaturas típicas de um país tropical, o verão no Brasil pode causar bastante desconforto dentro e fora de casa. Uma construção sustentável é mais bem preparada para isso, já que a planta é pensada para aproveitar a circulação do ar, o que refresca e promove uma atmosfera mais limpa. Os materiais usadas também evitam que a residência concentre muito calor.

Com a falta de um sistema de aquecimento, em muitas cidades, principalmente em regiões serranas, o inverno pode ser muito rigoroso para a população. Mesmo com o uso de cobertores e agasalhos, essa é uma época de proliferação de doenças respiratórias, prejudicando principalmente crianças e idosos. A sustentabilidade pode ajudar a minimizar esses problemas, por meio de um projeto que promova a isolação térmica. Outra opção muito vantajosa é o aproveitamento do sol para aquecer a água que passa por tubulações para aquecer os ambientes.

Economia

Graças ao isolamento térmico de uma construção sustentável, o uso de condicionadores de ar e aquecedores elétricos é reduzido, o que contribui para a redução do valor da conta de luz. O uso de luzes artificiais também é evitado, pelo aproveitamento da luz solar com a instalação de janelas translúcidas e outras estruturas como aberturas e claraboias.

Preservação da natureza

Todas as medidas tomadas em uma construção sustentável contribuem para a preservação da natureza. A economia de água e de energia, além da destinação adequada de resíduos são os principais fatores que colaboram para isso.

O que uma construção sustentável precisa ter?

A sustentabilidade para construções envolve diversos aspectos, saiba mais sobre isso.

Canteiro de obra sustentável

É preciso se preocupar com o impacto que a construção de uma casa ou um prédio provoca no local em que está inserida. Assim, existem algumas medidas para mitigar os danos. O desperdício de material é um grande problema, por isso devem ser feitas contenções para armazenar areia e brita, e evitar que esses materiais sejam carregados pela chuva para bocas de lobo.

Devem ser instalados filtros nas bocas de lobo da obra para proteger as galerias pluviais e evitar que resíduos sólidos sejam levados para os rios. Também deve-se dividir os resíduos em 4 grupos para facilitar a reciclagem e evitar contaminação.

Na categoria A estão incluídos materiais de alvenaria como concreto, cerâmica e argamassa. O grupo B contempla os materiais recicláveis como madeira, aço, metais em geral, papel, papelão e plástico. Já o C conta apenas com resíduos de gesso e o grupo D contém produtos químicos como tintas, óleos e solventes.

A gestão da água também deve ser observada, principalmente devido a preparação de concreto. Assim, vale a pena instalar restritores de vazão de água nas torneiras para evitar o desperdício.

Quando a obra tem, pelo menos, dois andares, é inevitável a proliferação de entulho e poeira, caindo das grandes alturas. Portanto, é necessário instalar um tubo metálico que seja ligado dos andares em construção até as caçambas de lixo, para facilitar a limpeza e evitar que o lixo se espalhe.

Economia de água

A coleta de água da chuva é uma excelente ideia para economizar água que vem do abastecimento urbano. Com o armazenamento e posterior filtração, é promovida uma melhor gestão desse líquido. Para isso, basta instalar uma cisterna que leve o fluído que será utilizado no ambiente doméstica.

Outra alternativa sustentável é a água de reúso que consiste na utilização de água cinza — proveniente do banho, do lavatório e da máquina de lavar roupas — para finalidade não potável, ou seja, limpeza de piso, descarga e até lavar o carro.

Eficiência energética

Os eletrodomésticos de uma casa sustentável devem possuir selo de eficiência energética e as lâmpadas devem ser preferencialmente de LED, por terem alta durabilidade e maior luminescência. Deve entrar em questão também a fonte de energia utilizada, o cenário ideal é de autoconsumo com a energia solar residencial, que é limpa, renovável e ainda permite economizar na conta de luz em até 95%.

Gestão de lixo

Todo lixo deve ser separado para destinação adequada. Recicláveis como garrafas PET, plástico em geral, embalagens tetra pak, papéis e metais devem ser entregues para catadores ou diretamente para usinas de reciclagem. Além disso, o lixo orgânico deve ser aproveitado ao máximo para evitar gerar resíduos, podendo ser feita a compostagem.

Quais as fontes de energia de uma construção sustentável?

Além da eficiência energética, o ideal é que a eletricidade que abastece todas as funcionalidades elétrica seja de origem sustentável. No território brasileiro, a maior parte da matriz energética é composta pelas hidrelétricas, que produz uma energia considerada limpa, já que não há emissão de gases de efeito estufa durante a sua geração. Entretanto, essa forma não é a mais sustentável, já que as áreas inundadas são gigantescas, matando toda a flora e a fauna daquele local.

Isso, além de afetar o equilíbrio daquele ecossistema, ainda produz, indiretamente, uma certa quantidade de gases que derivam de toda a matéria orgânica que foi submergida e entra em decomposição. As famílias ribeirinhas também ficam desabrigadas devido ao processo, e os cursos dos rios são modificados, sendo um grande impacto negativo.

Dessa forma, é preciso buscar fontes de energias renováveis.

Fontes sustentáveis de energia

Saiba quais as principais fontes para uma construção sustentável.

Biomassa

A produção de energia por meio da biomassa se dá pelo uso de matéria orgânica de origem vegetal ou animal. A eficiência nesse caso é baixa, sendo mais usada em países subdesenvolvidos. Um bom exemplo desse uso é a queima de carvão vegetal, madeira, esterco de animais ou resíduos agrícolas nas regiões rurais para produção de energia.

Cada vez mais a biomassa tem sido utilizada em usinas termelétricas, principalmente para levar eletricidade para áreas remotas, onde a rede convencional não chega. A eficiência desse método é aumentada pelos sistemas de cogeração que combinam a produção de energia elétrica por biomassa, ajudando a popularizar essa fonte.

Quando a biomassa é usada de forma convencional para mover os geradores termelétricas, grande parte da energia do combustível é perdida em forma de calor para o ambiente, o que representa entre 60% a 70%. Dessa forma, a eficiência fica entre 30% e 40%.

O sistema de cogeração consegue incorporar esse calor ao processo produtivo em forma de vapor. Isso promove uma economia do combustível, contribuindo para o aumento da eficiência energética, que pode chegar até 85% da energia da biomassa.

No Brasil, a matéria orgânica com maior potencial de geração de eletricidade é o bagaço da cana-de-açúcar. O setor que produz açúcar e álcool através desse vegetal, gera uma grande quantidade de bagaço como resíduo, que pode ser utilizado como combustível, especialmente em sistemas de cogeração. Há ainda outras alternativas para produção de energia elétrica em regiões mais isoladas, sobre tudo na Amazônia, como o azeite de dendê, cuja produtividade é quatro vezes a da cana, o buriti, o babaçu e a andiroba.

Pela abundância de matéria-prima e capacidade de renovação da mesma, a biomassa é considerada renovável. Além disso, ela é bem menos poluente que outras fontes como os combustíveis fósseis.

Energia Eólica

A primeira associação da energia eólica remete ao seu uso para moer grãos em moinhos e para o bombeamento de água, trabalhos feitos por séculos pela humanidade. Só nos anos de 1970 é que ela foi vista como uma alternativa para produção de energia elétrica. A energia eólica utiliza o vento como fonte. Isso é feito por meio da transformação da energia cinética em energia mecânica com a movimentação das pás que, a seguir, acionam o gerador que produz a eletricidade.

Essa é uma fonte completamente renovável e limpa porque não há emissão de gases poluentes, evitando, assim, o aumento do aquecimento global e a degradação da camada de ozônio. Ainda, não há eliminação de resíduos, o que contribui para ser considerada renovável. A matéria prima, o vento, é considerada inesgotável e não há custos para a sua obtenção, ao contrário dos outros casos.

A implantação dessa tecnologia tem baixo custo, ela tem pouca necessidade de manutenção, e ainda contribui para economia gerando empregos na área.

Mas também há desvantagens referentes a energia eólica. A questão da intermitência é muito significativa porque, além de precisar de ventar, a produção de eletricidade só ocorre quando o vento aparece em certas condições de velocidade e densidade ideais. Essas condições dependem do fator climático e das estações do ano, dificultando o aproveitamento dessa opção.

Além da implantação de um parque eólico depender de fatores muito específicos, ela ainda culmina em impactos negativos para o meio ambiente e para as pessoas. As populações de ave sofrem com perda de animais que são atingidos pelas pás durante o voo. Isso pode provocar mudanças nos fluxos de migração dessas espécies.

O ruído das turbinas é muito alto, sendo considerado uma poluição sonora. Isso provoca doenças relacionadas ao trato auditivo, além de questões psicossomáticas como estresse, ansiedade e transtornos psíquicos. Isso também afasta outras espécies de animais, além das aves, alterando drasticamente o ecossistema local.

Energia solar

A energia irradiante do sol pode ser utilizada para produzir energia térmica ou elétrica. Dessa forma, a energia solar realiza aquecimento solar da água ou produção de eletricidade. A energia elétrica pode ser produzida por meio de sistemas heliotérmicos ou fotovoltaicos.

A energia heliotérmica é também chamada de energia solar concentrada. Sua obtenção se dá por meio de coletores solares, de formato cilíndrico-parabólico, que possuem uma superfície refletora e captam os raios solares. Assim, o calor concentrado é armazenado no fluído térmico que, então, aquece a água dentro da usina e gera vapor. O vapor movimenta uma turbina e aciona o gerador, num processo parecido com os das usinas termelétricas.

A energia solar fotovoltaica se difere da anterior, pela conversão da energia irradiante diretamente em elétrica, sem precisar da fase de energia térmica. Os painéis solares, que são feitos de materiais semicondutores como o silício, possuem células fotovoltaicas. Essas células quando expostas à luz geram energia elétrica.

Por isso, o sistema não depende de acumulação de calor para funcionar, ao contrário do sistema heliotérmico.

Os módulos fotovoltaicos podem ser utilizados para formar grandes parques solares, mas também é possível instalar esse equipamento no local onde a energia será consumida. Em regiões rurais, essas placas servem para fornecer energia para cercas elétricas para manejo de gado, por exemplo, além de secadores de grãos e bombas para extração de água.

Na área urbana a aplicação em residências está cada vez mais popular, graças a regulamentação que permite a troca de energia com a rede concessionária. A grande vantagem dessa opção é que não é necessária uma área muito extensa para geração elétrica.

Além disso, as vantagens ambientais colocam a energia fotovoltaica a frente de outras fontes. Sua instalação tem baixo impacto, o funcionamento não produz nenhum tipo de ruído, nem emite poluição atmosférica. Ainda, a alta durabilidade dos equipamentos contribui para a sustentabilidade.

Motivos para investir em energia solar

O uso de energia fotovoltaica promove a economia com a conta de luz porque, com um sistema adequado ao seu consumo, a economia pode chegar a 95%. Nesse caso, a única taxa que vem na fatura energética é a referente ao serviço da rede concessionária, que é comum a todos os casos.

Isso também torna o local independente das taxas abusivas das companhias elétricas. Com vários períodos de estiagem, o volume das hidrelétricas diminui, o que contribui para a variação das bandeiras, tornando a energia mais cara.

O custo dos equipamentos já diminui muito, e ainda que o investimento possa parecer um pouco alto para a maioria das pessoas, já existem linhas de crédito e de financiamento que possibilitam o acesso mais fácil a essa tecnologia. Um bom exemplo disso é o programa Construcard, da Caixa Econômica Federal, que é uma linha de financiamento para compra de materiais de construção e possibilita a aquisição de aquecedores solares e equipamentos fotovoltaicos.

Outro benefício importante é a valorização do imóvel. Um estudo realizando pelo laboratório Lawrence Berkeley da Universidade da Califórnia, ligado ao departamento de energia dos EUA, descobriu que compradores de imóveis estão disposto a pagar 4 dólares a mais para cada watt de energia solar que aquela residência tem capacidade de produzir. Isso proporciona o aumento do valor de mercado de até 30% em relação ao preço original.

Depois de instalado por profissionais competentes, o sistema fotovoltaico requer pouca manutenção. Ela se refere principalmente a limpeza dos painéis, já que o acumulo de poeira, folhas e dejetos de pássaros afeta a eficiência da absorção solar. Essa limpeza é a lavagem das placas, cuja frequência varia de uma a duas vezes por ano dependendo da quantidade de chuvas do local. Outro procedimento é verificar se os parafusos da estrutura metálica de suporte estão bem presos e se os dispositivos de proteção estão ativos.

Pronto! Agora você já sabe o que é uma construção sustentável e como ela vantajosa para o meio ambiente. Lembre-se que para usar o termo sustentável, a preocupação deve começar desde o planejamento da construção. O local deve proporcionar economia de energia e de dinheiro, e contribuir para redução de consumo de água.

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