Como calcular o retorno de investimento de um sistema de energia solar?

18/01/2021 | Franquias

Antes de investir em energia solar, muitas pessoas podem ter a dúvida: será que vale a pena? A resposta é sim, especialmente no Brasil, que tem um clima favorável a esse tipo de negócio. Porém, o retorno do investimento no setor deve levar em conta diversos fatores, pois varia de região para região.

Confira no post a seguir como funciona esse retorno e a importância de calculá-lo, antes de iniciar um negócio na área. Além disso, conheça as taxas para instalação de um sistema solar fotovoltaico e como fazer a conta do retorno. Veja também quanto tempo leva para recuperar seu investimento e se há maneiras de tornar isso melhor. Boa leitura!

O que é o retorno de investimento?

Em qualquer investimento que você faça, é preciso calcular o ROI. Essa sigla inglesa, significa return on investment, ou seja, o retorno sobre o investimento realizado. Geralmente, ela se refere ao ganho obtido naquele negócio. Mas no caso do setor de energia solar, essa conta é um pouco diferente.

Isso porque, o ROI é, na verdade, calculado em payback. Ou seja, uma medida que determina em quanto tempo o investimento se pagaria.

Qual a importância de calcular o retorno de investimento da energia solar?

A razão principal para calcular esse retorno é poder conferir os benefícios da energia solar, antes de investir nesse mercado — ou seja, compreender como, de fato, ele pode ser bastante rentável, na prática.

Além disso, calcular o ROI também ajuda a esclarecer o tipo de negócio. Por exemplo, se você deve abrir uma franquia ou investir no setor de outra forma. Assim, você pode aproveitar o crescimento dessa área, atendendo os mais diversos públicos: desde residências e empresas até áreas rurais.

Outra razão para calcular o retorno, é saber como isso volta para seus consumidores. Dessa forma, você terá um dado concreto para utilizar em seu negócio, por exemplo, na venda de painéis solares. Afinal, essa é a principal informação que os consumidores buscam saber, antes de adquirir um sistema.

Sendo assim, é preciso levar em conta alguns fatores, para ter o resultado mais exato possível desse retorno de investimento em energia solar.

Quais são os fatores a considerar para calcular o ROI?

Existem alguns aspectos a serem considerados, para saber quando um sistema solar passa a retornar positivamente.

Tarifa de energia

Cada região conta com um tipo de tarifa. Isso porque, cada estado tem uma ou mais concessionárias de energia. Além disso, essas tarifas sofrem mudanças, chamadas de inflações energéticas, especialmente em certas épocas do ano.

Sendo assim, é preciso levar esses fatores em conta, para saber realmente quanto foi consumido em cada período do ano.

Potencial do sistema

Para saber o ROI, também é preciso calcular a potência do sistema instalado naquela área. Ou seja, não se considera apenas a quantidade de equipamentos, mas a sua capacidade em produzir energia.

Aliás, esse fator também é fundamental para não haver custos extras. Ou seja, uma residência não precisa do mesmo potencial de um comércio. Por isso, tende a ter menor custo. Portanto, saber qual é sua real necessidade, determinará também essa economia.

Consumo do imóvel

Para um consumidor final, pode haver pouco retorno se a quantidade de equipamentos existentes não for suficiente, em relação a um grande consumo no imóvel. Por isso, esse fator deve ser considerado não só para calcular o retorno, mas também para definir um projeto para aquela residência ou estabelecimento.

Nesse caso, não é só o número de pessoas que deve ser considerado, mas sim a quantidade de uso e equipamentos. Afinal, um consumidor pode morar sozinho, mas gastar muita energia com aparelhos elétricos.

Índice de incidência solar

Quanto mais sol bate em um local, melhor será a produção de energia e, consequentemente, o retorno do seu investimento.

Aliás, isso não se refere apenas a morar em um estado ou cidade ensolarada, mas também controlar fatores que interferem na eficácia dos painéis, por exemplo, o sombreamento.

Valorização do imóvel

Com a grande preocupação com o Meio Ambiente e a produção de energia limpa mais evoluída, cada vez mais ocorre a valorização de imóveis com sistemas de energia solar. Sendo assim, essa porcentagem também deve ser calculada, na hora de calcular o retorno sobre o investimento.

Diante disso, já é possível ter uma previsão do seu investimento. Aliás, nesse caso, é preciso considerar algo importante. Mesmo que o payback aponte alguns anos até recuperar o seu investimento, a instalação de energia solar dá seus melhores resultados depois desse período.

Ou seja, se o seu payback for de 4 anos, a partir do 5º ano você já começa a ver retorno, pois já pagou pelo sistema. Porém, desde o primeiro momento, você pode observar altos níveis de rendimento — em alguns casos, chegando à faixa de 90% de sua conta de luz.

Se você multiplicar isso pelo número mínimo de anos que o sistema dura, pelo menos 25, você terá uma grande vantagem a médio e longo prazo.

Quais são as taxas envolvidas na instalação de um sistema de energia solar?

Na conta para calcular o retorno de investimento, também é preciso levar em conta o próprio valor investido. Ou seja, quanto custou os equipamentos do sistema. Nesse caso, os valores variam conforme o tamanho do local a ser atendido e o gasto de energia. Por exemplo, indústrias e empresas tendem a gastar mais do que residências e pequenos comércios.

Sendo assim, geralmente, esses sistemas incluem:

  • painéis solares;
  • inversor;
  • caixa de junção;
  • conectores;
  • disjuntores;
  • cabos e fixadores.

Além disso, também há o custo com a instalação e planejamento de todo o sistema, além de sua regulamentação. Nesse sentido, geralmente, esses custos abarcam:

  • impostos;
  • projeto de engenharia para o local;
  • documento do gerador, a ser homologado com a distribuidora de energia;
  • instalação completa do sistema.

Fatores que interferem na instalação

O serviço de instalação de um sistema de energia solar pode variar, conforme alguns aspectos importantes.

Região

No quesito região, importa tanto a capacidade de incidência solar quanto a área onde será instalado o sistema. No primeiro caso, quanto mais próximo da linha do Equador, melhor será a incidência de raios solares.

Já sobre a distância, ela pode interferir nos custos operacionais. Por isso, contar com uma empresa que tem um bom planejamento e presença na região, é fundamental para evitar despesas extras.

Telhado

No caso do telhado, é preciso considerar a altura e a estrutura. No caso da altura, quanto mais alto e difícil for para subir e colocar os painéis, mais cuidado é preciso na hora da instalação. Sendo assim, o custo pode envolver algum equipamento especial para levantar as placas.

Outro quesito fundamental é a estrutura. Primeiramente, ela deve suportar os painéis e estar em bom estado. Além disso, devem ter a distância correta. Por exemplo, onde há vigas espaçadas, talvez seja necessária uma adaptação. Nesse caso, se elas forem de metal, também precisarão de parafusos específicos.

Tipo de superfície

O tipo de superfície também conta, na hora de se criar o projeto sobre o quanto a instalação custará. Por exemplo, telhas tradicionais de barro precisam de um cuidado extra. O mesmo vale para telhados que são muito inclinados. Por sua vez, lajes e estruturas metálicas são mais firmes e planas, facilitando todo o processo.

Aqui, também é fundamental observar as condições da estrutura. Se as telhas já são antigas, o risco de quebra quando o instalador sobe no telhado é muito grande. Caso isso ocorra, pode ser necessária a troca dessas peças, além de outros serviços, como impermeabilização.

Ponto de conexão

Os painéis são ligados ao quadro de luz, por meio de cabeamentos e outras estruturas. Sendo assim, quanto mais perto estiverem da fonte, menos material e dificuldade haverá. Portanto, o serviço de instalação pode ser mais facilitado.

Padrão da distribuidora

Depois de todo o processo feito, a distribuidora precisa averiguar a instalação, para que seja aprovada a sua rede de energia solar. Sendo assim, é importante seguir os padrões indicados por ela, para que o trabalho não precise ser refeito.

Nesse caso, construções antigas exigem mais atenção, devido à possível falta de atualização com os padrões novos de energia.

Dessa forma, é fundamental saber os requisitos antes mesmo de comprar o material. Além disso, a empresa de instalação precisa estar ciente de tudo, pois geralmente é ela quem assume a responsabilidade da homologação. Assim, esse é um dos pontos principais a se averiguar, antes de contratar uma empresa.

Como calcular o retorno de investimento da energia solar?

Depois de conhecer o que é necessário para instalar um sistema fotovoltaico, é preciso estimar o seu retorno de investimento. Para isso, comece analisando o consumo de energia. Nesse sentido, é preciso estar atento ao tipo de tarifa, na hora do cálculo.

Por exemplo, em condições normais de tarifa verde, ou seja, sem acréscimos, uma das concessionárias em Santa Catarina, cobra o valor de 0,367 R$/kWh. Com o valor da tarifa determinado, multiplicamos pelo gasto mensal de kWh.

Uma família enquadrada no grupo B, que gaste 400 kWh/mês na região dessa tarifa, terá uma conta de energia de cerca de R$146,80. Além disso, suponha que ela adote um sistema cujo valor seja de R$ 11.204 e que consiga gerar 300 kWh/mês.

Isso significa que os painéis economizariam R$110,10 mensalmente, ou seja, R$1.321,20 por ano. Dessa forma, o payback seria em torno de pouco mais de 8 anos. Como o sistema, geralmente, tem durabilidade mínima de 25 anos, ela teria um lucro de, pelo menos, 17 anos.

Observe que os valores mudam, quando se mudam as condições. Por exemplo, no Rio de Janeiro, uma das empresas de energia cobra o valor de 1,054 R$/kWh, na tarifa convencional. Nessas condições, a família do exemplo, que gasta 400 kWh/mês, teria uma conta de energia de cerca de R$421,60.

Nesse caso, se fossem usados os mesmos painéis, a economia mensal seria de R$316,20 — correspondendo a 75% da conta de energia. Em um ano, esse valor seria de R$ 3.794,40, ou seja, o payback seria de quase 3 anos. Com a durabilidade de 25 anos, haveria 22 anos de lucro de energia solar.

Como interpretar os resultados do cálculo?

Como você viu, quanto maior o valor cobrado pela energia da concessionária, menor tende a ser o payback, para o mesmo sistema de painéis. Porém, é preciso interpretar os cálculos, lembrando dos outros fatores para calcular o ROI.

Por exemplo, no caso do consumo da residência, pode haver mudança por causa da tarifa branca. Ela foi criada há alguns anos e atende as pessoas de algumas categorias do grupo B, ou seja:

  • B1: residências;
  • B2: propriedades rurais;
  • B3: Indústria, comércio e serviços.

Nesse caso, ela funciona em três faixas de preço ao longo do dia:

  • das 0h às 19:00: tarifa fora de ponta, geralmente mais baixa;
  • das 19:00 às 20:00 e das 23:00 às 24:00: tarifa intermediária, com valores intermediários;
  • das 20:00 às 23:00: tarifa ponta, mais elevada que o valor convencional;
  • finais de semana e feriados: sempre tarifa fora de ponta.

Diante desse cenário, os valores gastos podem mudar. No caso da família do exemplo, se ela fizer a opção pela tarifa branca, tudo dependerá de seu consumo ao longo do dia.

Se a família estiver em Santa Catarina, conforme o exemplo daquela concessionária, a tarifa fora de ponta custará 0,316 R$/kWh, 0,435 R$/kWh na faixa intermediária e 0,555 R$/kWh no horário de ponta, em vez dos 0,367 R$/kWh.

Nesse caso, se o consumo mensal for os mesmos 400 kWh/mês, haverá mudanças nos valores, seguindo a seguinte distribuição:

  • tarifa de ponta: 50 kWh/mês;
  • tarifa intermediária: 150 kWh/mês;
  • tarifa fora de ponta: 200 kWh/mês.

Nessa situação, a conta de energia seria a seguinte:

  • tarifa de ponta: R$27,75;
  • tarifa intermediária: R$65,25;
  • tarifa fora de ponta: R$63,20;
  • total: R$156,20.

Assim, a conta teria um aumento de R$9,40. Contudo, como a produção de energia ocorre com a exposição solar, — no horário fora de ponta e sem baterias de armazenamento —, no sistema do exemplo, ela renderia o equivalente a R$94,80 por mês, não mais os R$110,10. Dessa forma, no ano, seria R$ 1.137,60; mudando o payback para pouco mais de 9 anos, em vez de 8.

É claro que, no caso, a tarifa branca depende muito dos hábitos familiares. Sendo assim, é importante considerar a sua aplicação, assim como os meses de tarifa amarela e vermelha, para ter um cálculo mais detalhado do seu retorno sobre o investimento e do payback.

Em quanto tempo o investimento se paga?

Como visto, muitos fatores interferem no payback de um sistema de energia solar. Contudo, de forma geral, esse é um investimento com retorno rápido. No caso do grupo B, mesmo levando de 3 a 8 anos como nos exemplos, esse período não chega nem à metade do tempo de vida útil dos equipamentos.

Já no caso de empresas, o retorno de investimento pode ser ainda mais rápido — cerca de 4 a 5 anos. Afinal, existe um grande consumo, calculado também conforme o sistema de operação e máquinas.

Sendo assim, é importante entender a categoria da empresa, para que se tenha uma previsão mais apurada do valor do retorno sobre o investimento.

Por exemplo, a Aneel estipula modalidades tarifárias para diferentes grupos. O grupo A, consumidores de alta tensão, média tensão e sistemas subterrâneos, seguem dois tipos de tarifas:

  • horário azul: para todas as subcategorias, variam de acordo com o dia e demanda da potência.
  • horário verde: seu cálculo é feito com base nos horários do dia e uma tarifa única em relação à potência necessária. Esta categoria está apenas disponível para os subgrupos A3, A4 e AS.

Diante disso, o ideal é, antes de estabelecer o seu projeto, medir todos os fatores que o influenciam, conforme a região onde será instalado o sistema. Só assim, você saberá exatamente o rendimento que terá.

Para isso, você pode contar com a ajuda da própria empresa de instalação, para um cálculo mais preciso, conforme o cenário onde vivem.

É possível melhorar o retorno desse investimento?

Depois de instalado o sistema solar, você quer melhorar o seu payback e economizar? Isso é possível com algumas práticas:

  • esteja atento às tarifas da distribuidora, especialmente a vermelha;
  • sempre faça a limpeza e manutenção dos painéis para que funcionem bem;
  • escolha a área adequada para a instalação e onde mais incide sol;
  • considere usar lâmpadas fluorescentes e de LED, para que não seja necessária tanta energia para atendê-las e economizar.

A energia solar é realmente parte de um futuro sustentável?

Atualmente, podemos dizer que a energia solar fará parte de um futuro sustentável, pois sua expansão é cada vez maior.

Entre as empresas, diversas marcas importantes adotaram a solução para suas sedes ou atuam diretamente em projetos de painéis solares, que tragam benefícios à população. Um exemplo é a Natura, que concluiu em fevereiro, a instalação do maior conjunto de painéis solares orgânicos do mundo.

Com tecnologia OPV — filmes voltaicos orgânicos —, a empresa criou um grande centro de geração de energia, em sua sede em Cajamar. Contando com 1.580 painéis, em uma área de 1.800 m², tem capacidade de atender 21 salas e 2 auditórios, além de estimar que 37 toneladas de Co2 não serão emitidas por ano.

Aliás, não é somente empresas privadas que buscam soluções nessa área. O Aeroporto de Brasília, por exemplo, desenvolveu um projeto de usina solar, capaz de abastecer 7% das necessidades do aeroporto, o que equivale a cerca de 1.462 casas.

Outro exemplo importante, é como a energia solar tem sido vista como solução para regiões rurais, ajudando propriedades de agricultura familiar. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o uso dessa tecnologia pode facilitar sistemas de irrigação e uso de maquinário.

Sendo uma região de alta incidência solar, as possibilidades são favoráveis para que as famílias adotem esses sistemas. Além disso, outro argumento é o alto custo da energia elétrica nestas regiões.

Já em termos de uso da energia solar, cada vez mais cresce a quantidade de residências que adotam o sistema. Segundo reportagem do Jornal Nacional, atualmente no Brasil, a quantidade de energia gerada por placas fotovoltaicas alcança o equivalente à metade do que a Itaipu produz.

Entre as fontes, a maioria são casas, comércios e serviços, que passaram a contar com a geração solar para suprir suas demandas. Além disso, a reportagem ainda cita o exemplo do mercado municipal Cadeg, no Rio de Janeiro. Com a instalação de 5 mil placas solares, o local já economizou R$900 mil reais, metade de sua conta de energia.

Geração solar para o futuro

Durante o recente apagão ocorrido no estado do Amapá, que durou cerca de 22 dias, novos debates surgiram sobre os benefícios que um sistema de geração solar pode trazer.

Para começar, diante da situação de calamidade, o estado viu crescer a adesão aos sistemas off-grid. Ou seja, painéis solares ligados à bateria. Segundo reportagem do Extra, publicada pela Absolar, a bateria de lítio, usada nesse sistema, teve redução de custo de cerca de 88% em 10 anos. Portanto, se tornou mais acessível.

No caso de regiões remotas, como o interior desse estado, a falta de estrutura leva comunidades a ficarem sem energia por semanas. Aliás, em alguns locais, existe grande dependência exatamente do sistema off-grid.

Dessa forma, podemos observar que a energia solar não só traz benefícios ao Meio Ambiente, mas também tem papel fundamental no acesso de muitas pessoas ao básico, para o funcionamento de suas casas ou negócios. Sendo assim, por questões econômicas e autonomia, vale muito a pena investir em um sistema de energia solar.

O retorno de investimento de seu próprio sistema de energia pode ocorrer em alguns anos. Porém, diante de sua durabilidade, mínima de 25 anos, é um investimento excelente. Tanto que, cada vez mais, as pessoas têm feito essa escolha. Dessa forma, além de contribuir para o Meio Ambiente, é possível ter autonomia de energia e economizar na conta de luz, sobrando recursos a serem investidos em outras prioridades.

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