A sustentabilidade vem sendo, cada vez mais, um assunto abrangente. E não podia ser diferente no mundo dos imóveis. Desde as construtoras até o consumidor final, o prevalecimento da consciência ambiental se faz presente em nível mundial. Não se trata apenas de ética social — é uma questão de se adequar às normas do mercado.
Para isso, diversas instituições criaram formas de certificar a responsabilidade sustentável na construção civil, como é o caso do Selo Casa Azul da Caixa. Neste post reuniremos as principais informações a respeito dele. Quer saber mais? Então, não deixe de continuar a leitura.
O que são as certificações ambientais?
Como foi dito, a sustentabilidade é um tema importante para a cadeia da construção civil. Entretanto, surge um problema: como checar, em meio a tantas burocracias, o impacto ambiental que está sendo produzido? Para sanar essa dificuldade, as certificações ambientais foram criadas.
Como o próprio nome já diz, elas são certificados que demonstram, para o público, como as empresas estão se comportando em relação ao meio ambiente. As instituições que emitem esses certificados realizam testes com os negócios, para ter certeza que estão dentro das normas.
É importante lembrar que as certificações ambientais não são apenas importantes para o consumidor final. Elas ajudam a promover a empresa, além dos benefícios econômicos que se tem a longo prazo quando se promove uma construção civil sustentável.
Existem diversas certificações ambientais mais famosas, como o FSC (Forest Stewardship Council), Selo Procel, ISO 14001 realizado pela ABNT e o Selo Casa Azul da Caixa — o qual abordaremos neste post.
O que é o Selo Casa Azul da Caixa?
O Selo Casa Azul da Caixa é um certificado criado pelos programas de incentivo ao desenvolvimento sustentável da Caixa Econômica Federal em 2010. A empresa que deseja tê-lo apresenta seu projeto, passa por análises prévias para receber o selo.
Ele é uma grande conquista para o país, já que é o primeiro sistema de classificação socioambiental nacional para projetos habitacionais. Isso é muito importante, pois permite adotar critérios adequados para a avaliação do uso de nossos recursos naturais.
Para que ele serve?
O Selo Casa Azul se apresenta de forma muito significante, pois incentiva o uso sustentável dos recursos usados na construção civil e nas operações de empreendedorismo habitacional. O consumidor procura pelo selo e, assim, a empresa se vê motivada a buscar formas de se encaixar dentro dos requisitos.
Além do mais, ele promove a conscientização. Conforme os empreendedores e consumidores forem se adaptando à busca por certificações ambientais, vão se conscientizando sobre as responsabilidades sociais e ambientais da prática sustentável no ambiente civil.
A quem se destina?
É aqui que o selo se destaca mais uma vez: ele não somente é indicado para projetos financiados, como também para os programas de repasse da Caixa Federal. Sendo assim, diversas organizações podem participar, como construtoras e empresas do ramo construtivo, cooperativas e associações, negócios do poder público e representantes de movimentos sociais.
Se encaixando entre essas categorias, basta se preparar para o processo burocrático. Existe uma série de critérios que são avaliados pela própria Caixa Econômica Federal, além de, é claro, alguns requisitos iniciais — que serão abordados no seguinte tópico.
Quais são os principais passos para obtê-lo?
Para compreender como obter o Selo Casa Azul da Caixa, é melhor começar entendendo os critérios e avaliações que serão realizadas. Esse processo foi elaborado por uma equipe técnica com a tutoria de um grupo qualificado de professores da USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) para garantir sua qualidade.
Os pré-requisitos
Antes de abrir o projeto, o negócio deve se certificar de ter os seguintes itens:
- as licenças ambientais necessárias para cada tipo de construção;
- as avaliações ambientais dos terrenos com riscos de contaminação;
- uma situação em dia com a legislação — Plano Diretor, regularização fundiária, código de obras, parcelamento do solo, entre outros;
- regularidade com as normas de segurança, trabalho e saúde;
- projetos aprovados pelos órgãos responsáveis do local da construção.
Os critérios
Tendo os pré-requisitos em mãos, seu projeto é aprovado. Agora, é preciso passar pela fase de análise, na qual a Caixa verá se sua empresa se enquadra em pelo menos 19 dos 53 critérios existentes. Eles estão distribuídos nas 6 categorias a seguir.
Qualidade Urbana
Dentro dessa categoria existem 5 critérios, sendo que 2 são obrigatórios e os demais facultativos:
- qualidade do entorno em relação à infraestrutura (obrigatório);
- qualidade do entorno em relação aos impactos (obrigatório);
- melhorias no entorno
- recuperação de áreas degradadas;
- reabilitação de imóveis.
Projeto e Conforto
Já aqui, são 5 critérios obrigatórios somados aos 6 facultativos:
- paisagismo (obrigatório);
- local para coleta seletiva (obrigatório);
- equipamentos de lazer, sociais e esportivos (obrigatório);
- desempenho térmico das vedações (obrigatório);
- desempenho térmico na orientação ao sol e ventos (obrigatório);
- flexibilidade de projeto;
- relação com a vizinhança;
- solução alternativa de transporte;
- iluminação natural de áreas comuns;
- ventilação e iluminação natural de banheiros;
- adequação às condições físicas do terreno.
Eficiência Energética
Os critérios, sendo 3 obrigatórios, relacionados à eficiência energética são:
- lâmpadas de baixo consumo nas áreas privativas (obrigatório);
- dispositivos economizadores nas áreas comuns (obrigatório);
- medição individualizada do gás (obrigatório);
- elevadores eficientes;
- eletrodomésticos eficientes;
- sistema de aquecimento solar;
- sistemas de aquecimento a gás;
- fontes alternativas de energia.
Conservação de Recursos Materiais
Para assuntos de conservação, existem os seguintes critérios (3 obrigatórios e 7 facultativos):
- qualidade de materiais e componentes (obrigatório);
- gestão de resíduos de construção e demolição — RCD (obrigatório);
- formas e escoras reutilizáveis (obrigatório);
- coordenação modular;
- componentes industrializados ou pré-fabricados;
- facilidade de manutenção da fachada;
- madeira plantada ou certificada;
- concreto com dosagem otimizada;
- cimento de alto-forno (CP III) e pozolânico (CP IV);
- pavimentação com resíduos de construção e demolição.
Gestão da Água
No tópico água, encontram-se 2 obrigatórios dentro dos 8 critérios a seguir:
- medição individualizada da água (obrigatório);
- dispositivos economizadores no sistema de descarga (obrigatório);
- dispositivos economizadores nos arejadores;
- dispositivos economizadores no registro regulador de vazão;
- áreas permeáveis;
- aproveitamento de águas pluviais;
- retenção de águas pluviais;
- infiltração de águas pluviais.
Práticas Sociais
Por fim, nessa categoria existem 3 critérios obrigatórios e 8 facultativos:
- educação ambiental dos empregados (obrigatório);
- educação para a gestão de resíduos de construção e demolição — RCD (obrigatório);
- orientação aos moradores (obrigatório);
- desenvolvimento pessoal dos empregados;
- capacitação profissional dos empregados;
- capacitação para gestão do empreendimento;
- inclusão de trabalhadores locais;
- participação da comunidade na elaboração do projeto;
- educação ambiental dos moradores;
- ações para mitigação de riscos sociais;
- ações para a geração de emprego e renda.
Classificação do projeto
Após todo o processo de avaliação do seu projeto, é chegada a hora de receber o Selo Casa Azul da Caixa. Ele pode ser classificado em:
- Ouro (19 critérios obrigatórios + 12 de escolha livre);
- Prata (19 critérios obrigatórios + 6 de escolha livre);
- Bronze (19 critérios obrigatórios).
Como visto durante o texto, o Selo Casa Azul da Caixa representa uma ampliação de qualidade do investimento no seu negócio. Os clientes sentem a segurança que uma certificação ambiental passa e a empresa já está preparada para a linha sustentável que vem sendo cobrada cada vez mais.
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